O cometa 67P / CG, em que a nave espacial Philae pousou dramaticamente no ano passado, foi anfitrião de uma riqueza de surpresas para os astrônomos na Terra. A sua forma, composição mineral, e as crateras de desintegração na sua superfície implicam a existência de água gelada a bordo dele. Mas, mais recentemente, o pesquisador Buzzworthy tem relatado que poderia haver vida microbiana no cometa.
Há duas razões principais para esta afirmação sensacional. Em primeiro lugar, o cometa tem algumas regiões em sua crosta que possui “carvão preto” rico em materiais orgânicos. Uma possível explicação para esta substância poderia ser a presença de microorganismos abaixo da superfície gelada do cometa. A segunda razão é que a nave espacial em órbita do cometa, Rosetta, poderia ter pego partículas do cometa que se assemelham a partículas virais. Ambas estas justificativas poderiam apontar para a vida no cometa. No entanto, há uma série de outras explicações muito mais prováveis.
Para que os micróbios fossem responsáveis pelo material escuro encontrado no cometa, eles teriam de ser capazes de sobreviver em algumas condições extremamente severas. Toda a água no cometa gelado é sólida ou gasosa, e a temperatura média da superfície é -70 ° C (-94oF). Para que micróbios sobrevivessem nessas condições, eles precisariam ser bastante resistentes.
Philae, na verdade, não tem nenhuma forma de detectar diretamente a presença de vida no cometa. Quando Philae estava sendo construída, considerou-se improvável que a vida poderia existir no cometa. Como resultado, não foi incluído equipamento para detectar os sintomas de vida.
Há uma abundância de cientistas que são céticos sobre a presença de micróbios alienígenas no cometa. O pesquisador Dennis Bodewits, da Universidade de Maryland, disse ao site IFLScience que não havia nenhuma possibilidade de a vida ser encontrada no cometa. No entanto, ele observou que que os blocos de construção para a vida podem estar presentes no cometa.
“Os cometas têm moléculas complexas, e tem-se sugerido que os cometas podem ter trazido água ou moléculas complexas para a Terra.
“Além disso, na nuvem de gás em torno dele há um monte de reações químicas interessantes acontecendo.” Isto poderia explicar a presença de partículas semelhantes aos vírus detectados pela Rosetta no pó em torno do cometa.
Não há nenhuma prova irrefutável comprovando que micróbios tenham vindo do cometa, e o que é mais importante, os equipamentos da Philae são incapazes de confirmar quaisquer sinais ténues de tal vida, seja ela de qualquer maneira. A possibilidade de haver vida no cometa será apresentada e discutida na Reunião Nacional de Astronomia da Royal Astronomical Society ainda esta semana. Talvez não haja nenhuma evidência conclusiva em breve, então, no momento, os cientistas podem apenas fazer especulações.
Fonte: IFL Science