"Papinho furado"

Valdivia Palmeiras treino (Foto: Leonardo Benassato/Estadão Conteúdo)
Valdivia vive seus últimos dias no Palmeiras. Contratado pelo Al Wahda, dos Emirados Árabes, o meia não esconde mágoa da diretoria do Verdão. Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal "O Estado de S.Paulo", o meia não poupou críticas aos dirigentes. Em especial ao presidente Paulo Nobre e ao diretor de futebol Alexandre Mattos.
– Vamos ser sinceros. Para fora, a diretoria falou que me queria e para dentro, quem cobre o Palmeiras sabe que eles não me queriam. E por falar em sinceridade, o Paulo Nobre sempre falava que eu tinha que me encaixar no contrato de produtividade, porque todo mundo que chegou se encaixou. Isso não é verdade. Vocês sabem que tem jogadores que não tem contrato por produtividade. Não sei porque ficar mentindo – falou o meia.
Uma das principais reclamações de Valdivia é o fato de muita gente considerá-lo mercenário. O desabafo do Mago sobre esse assunto também tem como alvo a diretoria.
– Vejo muita gente me chamando de mercenário e que eu estava enganando o Palmeiras, mas tive proposta milionária da China e não fui, enquanto a diretoria ficava com ‘papinho furado’ para agradar quem queria ouvir. Porque não me chamaram para conversar? Podiam ter feito como fizeram com o Barrios, que o Mattos foi até o Chile para contratá-lo. Eu estava uns 40 quilômetros de distância dele. Era fácil ir me encontrar e eu até podia mandar o dinheiro para ele ir lá falar comigo. Aí depois vem as pessoas falar que sou mercenário – comentou Valdivia.
O jogador ainda disse que Alexandre Mattos mentiu para ele em relação à negociação com Lucas Barrios e à possibilidade de uma conversa com ele no Chile.

– Aconteceu algo engraçado. Quando falei para o Mattos que o Palmeiras não me queria tanto que não foi negociar comigo como fez com o Barrios, ele me disse que já tinha contratado o Barrios há uns dois meses. Eu dei risada, porque ele realmente acha que jogador não se fala. Eu conversei com o Barrios e ele me contou que foi contratado durante a Copa América.
Valdivia afirma ainda que o Palmeiras deve dinheiro ao seu pai, responsável pelas negociações com o jogador. Magoado, o Mago relembra:
– Eles devem para o meu pai, pouco mais de R$ 1 milhão e já me avisaram que não vão pagar. Por falar em meu pai, na última reunião eu me desentendi com o vice-presidente o Maurício (Galiotte) porque ele disse que a renovação não aconteceu porque meu pai deixou de ir em uma reunião. Primeiro, que meu pai não foi na reunião porque meu avô estava com uma grave doença, tanto que morreu. E a única proposta que me fizeram foi aquela por e-mail.
Na entrevista, além das inúmeras alfinetadas na diretoria do Verdão, Valdivia revelou o salário, explicou sua saída e admitiu que teve uma briga feia, de fato, com Marcos Assunção.

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